Publicado por Durval em
A pandemia de covid-19 nos desafia a repensar como realizamos atividades cotidianas em grupo. A forma como usamos os espaços públicos das cidades não pode ficar de fora desta reavaliação.
O coronavírus propaga-se principalmente pelo ar, de pessoa para pessoa, em ambientes fechados, mal ventilados e lotados. Um estudo de surtos da doença na China constatou que apenas um em mais de 7 mil casos analisados aconteceu em ambiente externo.
O ar livre — onde a ventilação dissipa rapidamente as cargas virais em suspensão e os espaços amplos favorecem o distanciamento entre as pessoas — passou a ser, do ponto de vista epidemiológico, o ambiente mais seguro para a realização de atividades sociais. Combinado com o uso de máscaras e o respeito ao distanciamento mínimo, as chances de contágio ao ar livre são praticamente nulas.
O espaço da rua se tornou muito importante para ser usado somente como local de passagem. É uma área muito nobre para que sua maior parcela — de 70% a 80% — seja destinada exclusivamente aos automóveis. Considerando que a pandemia ainda não está controlada e ainda teremos de conviver com ela ainda por muito tempo, precisamos traçar estratégias de redução de danos: levar para fora o maior número de atividades possível, resgatando os ambientes externos, de alta segurança sanitária, para as atividades humanas.
E a pandemia é apenas mais um motivo para este movimento. A exploração de novos usos dos espaços públicos das ruas já é uma tendência em muitos países, porque é uma maneira de tornar as cidades mais humanas, seguras, saudáveis e sustentáveis, promover o convívio em sociedade e a construção da cidadania.
No momento atual, em que os consumidores ainda estão inseguros para voltar às compras em locais fechados, apesar da flexibilização das medidas de isolamento e da reabertura gradual do comércio, iniciativas como esta podem também ajudar a recuperação da economia local.
O Conselho Participativo Municipal da Subprefeitura da Vila Mariana, atento a esta conjuntura, quer apoiar iniciativas da sociedade civil que promovam esta transformação, tais como a instalação de mesas nas calçadas, parklets, abertura de ruas para atividades de comércio e serviços, eventos culturais, educacionais ou recreativos e outras formas criativas de ocupação responsável dos espaços públicos, em conformidade com os protocolos de segurança sanitária e as leis municipais.
Se você faz parte de associações de moradores e comerciantes, coletivos, empresas e outras organizações locais e tem projetos assim, entre em contato conosco para, juntos, tentarmos viabilizá-los e promover o desenvolvimento da nossa região.